sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
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quarta-feira, 19 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
domingo, 16 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
1 Mundo feito de Linguagem
As evidências recolhidas em milénios de experiência xamânica argumentam que, em certa medida, o mundo é de facto feito de linguagem. Contrariando embora as expectativas da ciência moderna, esta proposição radical está de acordo com boa parte do actual pensamento linguístico.
" A revolução linguística do século XX", segundo a antropóloga Misia Landau, da Universidade de Boston, "é o reconhecimento de que a linguagem não é apenas um instrumento para comunicar ideias sobre o mundo mas sim, em primeiro lugar , uma ferramenta para fazer o mundo existir. A realidade não é simplesmente´experimentada`ou ´reflectida` na linguagem; ela é, de facto, produzida pela linguagem". 4
Segundo o ponto de vista do xamã psicadélico, o mundo parece existir mais na natureza de uma expressão vocal ou de uma narrativa do que atravês de qualquer relacionamento com os leptões e bariões de que falam os nossos sumo sacerdotes, os físicos. Para o xamã, o cosmos é uma narrativa que se torna real ao ser contada e ao contar-se a si próprio. Esta prespectiva implica que a imaginação humana pode agarrar o leme de estar no mundo. Neste ponto de vista conbinam-se a liberdade, a responsabilidade pessoal e uma consciência humilde do verdadeiro tamanho e da inteligência do mundo, de modo a torná-lo uma base adequada para a autêntica vida neo-arcaica. Uma reverência pelos poderes da linguagem e da comunicação, bem como uma imersão neles, constituem as bases do caminho xamãnico.
Por esta razão o xamã é o antepassado remoto do poeta e do artista. A necessidade de nos sentirmos parte do mundo parece exigir que nos expressemos através da actividade criativa. As fontes primordiais desta criatividade encontram-se ocultas no mistério da linguagem. O êxtase xamãnico é um acto de rendição que autentica tanto o Eu individual quanto aquilo a que ele se rende, o mistério do ser. Sendo os nossos mapas da realidade determinados pelas circunstâncias presentes, tendemos a perder a consciência dos padrões temporais e espaciais mais vastos. somente através do acesso ao Outro Transcendente é possivel vislumbrar esses padrões temporais e espaciais e o nosso papel dentro deles. O xamãnismo aspira a este ponto de vista superior, que é alcançado através de um prodígio de destreza linguística. Um xamã é alguém que alcançou uma visão dos princípios e dos fins de todas as coisas e que pode comunicar essa visão. Para o pensador racional isto é inconcebível; as técnicas do xamãnismo, porém, direccionam-se para este objectivo, sendo esta a fonte de seu poder. Entre as técnicas dos xamãs, a principal é o uso de plantas alucionogénicas, repositórios da gnose vegetal viva que se encontra, agora praticamante esquecida, no nosso passado remoto.
4.citado em RogerLewin, in the Age of Mankind;(Nova Iorque: Smithsonian Institution,1988),p.180.
credits: Terence McKenna (1946-2000) - Food of the Gods ,1992
" A revolução linguística do século XX", segundo a antropóloga Misia Landau, da Universidade de Boston, "é o reconhecimento de que a linguagem não é apenas um instrumento para comunicar ideias sobre o mundo mas sim, em primeiro lugar , uma ferramenta para fazer o mundo existir. A realidade não é simplesmente´experimentada`ou ´reflectida` na linguagem; ela é, de facto, produzida pela linguagem". 4
Segundo o ponto de vista do xamã psicadélico, o mundo parece existir mais na natureza de uma expressão vocal ou de uma narrativa do que atravês de qualquer relacionamento com os leptões e bariões de que falam os nossos sumo sacerdotes, os físicos. Para o xamã, o cosmos é uma narrativa que se torna real ao ser contada e ao contar-se a si próprio. Esta prespectiva implica que a imaginação humana pode agarrar o leme de estar no mundo. Neste ponto de vista conbinam-se a liberdade, a responsabilidade pessoal e uma consciência humilde do verdadeiro tamanho e da inteligência do mundo, de modo a torná-lo uma base adequada para a autêntica vida neo-arcaica. Uma reverência pelos poderes da linguagem e da comunicação, bem como uma imersão neles, constituem as bases do caminho xamãnico.
Por esta razão o xamã é o antepassado remoto do poeta e do artista. A necessidade de nos sentirmos parte do mundo parece exigir que nos expressemos através da actividade criativa. As fontes primordiais desta criatividade encontram-se ocultas no mistério da linguagem. O êxtase xamãnico é um acto de rendição que autentica tanto o Eu individual quanto aquilo a que ele se rende, o mistério do ser. Sendo os nossos mapas da realidade determinados pelas circunstâncias presentes, tendemos a perder a consciência dos padrões temporais e espaciais mais vastos. somente através do acesso ao Outro Transcendente é possivel vislumbrar esses padrões temporais e espaciais e o nosso papel dentro deles. O xamãnismo aspira a este ponto de vista superior, que é alcançado através de um prodígio de destreza linguística. Um xamã é alguém que alcançou uma visão dos princípios e dos fins de todas as coisas e que pode comunicar essa visão. Para o pensador racional isto é inconcebível; as técnicas do xamãnismo, porém, direccionam-se para este objectivo, sendo esta a fonte de seu poder. Entre as técnicas dos xamãs, a principal é o uso de plantas alucionogénicas, repositórios da gnose vegetal viva que se encontra, agora praticamante esquecida, no nosso passado remoto.
4.citado em RogerLewin, in the Age of Mankind;(Nova Iorque: Smithsonian Institution,1988),p.180.
credits: Terence McKenna (1946-2000) - Food of the Gods ,1992
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
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